Sororidade e o ambiente corporativo
- Marco Antônio Miguel
- Jul 25, 2018
- 2 min read

A igualdade de gênero ainda está longe de ser uma realidade no mercado de trabalho. Uma pesquisa realizada pelo site de empregos Catho apontou diferenças salariais de até 53% quando homens e mulheres ocupam o mesmo cargo. E as mulheres são minoria em cargos de direção.
É evidente que vivemos em uma cultura machista. Como enfrentá-la no ambiente corporativo? Há empresas que praticam certas políticas, como exigir equilíbrio em sua diretoria, garantindo que nenhum gênero tenha mais 60% de representatividade. Há também um conceito, mais transversal, que pode mudar a qualidade na gestão de sua empresa. É a sororidade.
O termo existe há décadas nas discussões teóricas do movimento feminista e há pouco tempo foi familiarizado pelas redes sociais. Sororidade é a união, a aliança entre mulheres através da empatia. Seu objetivo é desconstruir a rivalidade entre mulheres para que todas cresçam juntas, enxergando-se como parte de um grupo.
Você pode acreditar que essa competitividade é um exagero, mas o machismo está enraizado na sociedade e não precisa da presença de um homem para disseminar-se. É reproduzido por diversos sujeitos sociais, inclusive pelas próprias mulheres. Homens e mulheres são julgados de diferentes maneiras: um homem é “assertivo”, uma mulher é “agressiva”. Quem nunca ouviu colaboradoras dizendo que “trabalhar com mulher é mais difícil”, “mulher fofoca muito”. É preciso quebrar essa cultura.
Existem muitas estratégias para mudar esse panorama. Por exemplo, adotar uma postura menos defensiva em relação as outras mulheres; não utilizar termos que abalem a imagem de outra mulher, sobretudo relacionadas ao comportamento sexual; Jamais julgar pela roupa, mas por suas competências; compartilhar conhecimentos, criar um clima de cooperação. Mulheres unidas podem defender critérios objetivos para promoções e equiparações salariais
Sem dúvida essas atitudes levam tempo para serem internalizadas. São necessárias oficinas e atividades ministradas por especialistas para expor aos colaboradores o quanto está naturalizada essa competitividade. Mas é inspirador demolir o preconceito e transformar mulheres em porta-vozes da mudança.
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