A importância do plano de carreira e a mudança de paradigma
- Lilah Kuhn
- Jul 25, 2017
- 3 min read

O plano de carreira é uma importante ferramenta de gestão profissional. A forte concorrência do mercado de trabalho tem feito com que os profissionais se coloquem cada vez mais atentos às mudanças de cenários e coloquem na pauta de prioridades o desenvolvimento de suas competências para melhor se adaptarem aos diversos cenários organizacionais.
No modelo tradicional, a visão sobre plano de carreira proposta é de um caminho interno à organização a ser percorrido pelo trabalhador CLT, entendendo que para passar por todos os degraus desta jornada de posicionamento, este trabalhador precisa estar devidamente qualificado e continuamente se atualizando, além de fazer seus resultados acontecerem a contento dos objetivos propostos pela empresa.
O novo modelo de plano de carreira cada vez mais sendo promovido no contexto contemporâneo propõe a visão de uma jornada individual própria, personalizada, de cada trabalhador, indo muito além de uma única organização. Hoje quando falamos de plano de carreira, entendemos e vemos isso na prática no exercício individual de cada trabalhador buscar o que quer da sua jornada profissional, seja ou não com o suporte e mediação de um coach. Uma reflexão direcionada para quais realizações ele deseja concretizar e deixar de legado, qual posicionamento a buscar no mercado com o passar dos anos (perfil de empresas que deseja atuar e de cargos), de modo que ele possa gerar um plano, uma rota a ser colocada em prática e ajustada ao longo da sua jornada.
Neste sentido, este novo conceito de plano de carreira extrapola os limites de uma única organização, como um caminho por ela direcionado ao trabalhador, invertendo assim a lógica, de uma rota composta por ele como sua, por ele conceituada e apropriada, a ser trilhada no mercado de trabalho, passando por organizações diferentes ao longo da sua jornada de realizações. É o que Coelho (2006) apud Souza (2010) nomeia de Carreira Sem Fronteiras. Ou mesmo o conceito de Carreiras inteligentes, isto é, uma proposta de autogestão da jornada profissional, proposto por Dutra et al (2009) apud Gomes et al (2012).

Isto faz todo sentido se consideramos que o conceito de carreira profissional não é de única definição no mercado, uma vez que pode assumir referenciais diversos relativos à mobilidade ocupacional, à estabilidade profissional, ou uma vida profissional bem estruturada e até a ideia de progresso constante, segundo os autores Dutra (1996), Schein (1996) apud Tolfo (2002).
A grande sacada deste novo conceito é o trabalhador perceber que ele sai de uma condição de coadjuvante parte de uma empresa que, anteriormente, determinava regras, para um papel de protagonista da sua carreira, internalizando e visualizando bem os passos da sua jornada, onde deseja chegar e por onde pretende chegar.
Uma vez que se coloque como agente ativo e responsável pela sua empregabilidade, ele passa sim a se preocupar em conhecer suas competências comportamentais, habilidades, apropriar-se dos seus valores, buscar clareza da sua missão e papel no mundo, atualizar-se continuamente suas competências técnicas e direcionar sua busca por novos cargos e posições no mercado procurando alinhar seus valores com o da organização que venha a ingressar, enxergando-se ainda como agente transformador direto desta realidade.
Neste sentido, o trabalho do coach de carreira se mostra altamente oportuno e estratégico, por promover espaço adequado e ferramentas que levem o indivíduo a se apropriar do seu papel de protagonista na sua carreira, aprofundar seu autoconhecimento e gerar uma rota de ação a ser trilhada por ele dali para frente, alinhada a seus valores, propósito e com sentido.
Para saber mais : revistaqualis.sumare.edu.br/index.php/revista/article/download/50/84
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